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O que é carsharing e como essa tendência ajuda a melhorar o trânsito nas cidades

  • fontes: G1
  • 16 de ago. de 2018
  • 4 min de leitura

I

magine que você não tem carro, mas toda vez que precisa do automóvel encontra um à disposição. É assim que funciona o carsharing, modelo de compartilhamento de carros por meio de aluguel. O usuário pode contratar o serviço, em geral por meio de um aplicativo no celular, utilizar o veículo apenas pelo tempo necessário e depois devolvê-lo. Estima-se que pelo menos 5 milhões de pessoas no mundo já utilizam esse sistema, segundo dados compilados pelo World Resources Institute (WRI).

Para as cidades, o principal benefício é a diminuição na frota de veículos rodando nas vias, o que ajuda a reduzir o fluxo de trânsito. Um carro compartilhado retira, em média, de nove a 13 automóveis das ruas, segundo o estudo Shared Mobility, da Universidade da Califórnia. A pesquisa também apurou que 25% dos usuários de carsharing venderam um veículo e outros 25% adiaram a compra de um novo carro.

“Outra vantagem para as cidades é a redução da ocupação do espaço público, pois há menor necessidade de espaços de estacionamento”, observa Hugo Repolho, especialista em planejamento de transporte e pesquisador da Universidade de Coimbra, em Portugal.

Hugo lembra que o sistema de carsharing, assim como outros modais, não existe isoladamente, por isso deve ser pensado de forma integrada com os outros tipos de transporte da cidade. “Obviamente, a rede de transporte coletivo deve ser eficaz. Mas, na maioria das cidades hoje, ela não cobre toda a extensão necessá

ria. Então, o carsharing pode chegar a locais que são menos abrangidos pelo transporte coletivo”, diz Hugo.

Mas como funciona na prática? Existem pelo menos dois modelos: o roundtrip, no qual o usuário pega o automóvel em um ponto e depois o deixa no mesmo ponto; e o one-way, que permite que o cliente deixe o carro em qualquer ponto disponível. O tipo de frota também pode variar: da própria empresa que administra o serviço ou então

compartilhada diretamente entre os usuários. Ou seja: quem tem um veículo, geralmente ocioso, cede por algumas horas para quem precisa dele, por um valor de aluguel.

No Brasil, em 2017 havia pelo menos 100 mil usuários do serviço, o dobro do ano anterior, segundo levantamento do G1. A Zazcar foi a primeira empresa do segmento e adotou o modelo roundtrip. Começou a operar em 2010 em São Paulo. Hoje, conta com uma frota própria de mais de 130 automóveis, que ficam localizados em estacionamentos privados 24 horas espalhados pela cidade. Muitos deles são próximos a estações de metrô, para facilitar o acesso dos clientes.

“O usuário da Zazcar não é só usuário da Zazcar, é também de metrô, de bicicleta, de táxi ou de aplicativos de carona. Ele usa a estrutura de transporte da cidade a favor dele”, observa o gerente de marketing da Zazcar, Thiago Perrenoud.

Os preços variam conforme o pacote contratado. No modelo “livre”, por exemplo, a cobrança mínima é de R$ 20 e, a partir daí, começa a ser cobrado por minuto. É indicado para quem vai usar o veículo por pouco tempo. Em média, o preço é de R$ 1,20 por minuto. Depois, há pacotes que cobrem 12, 24 e 48 horas, e os valores vão caindo conforme aumenta o número de horas de uso. O mais caro é R$ 10 a hora. O combustível é por conta da Zazcar, que deixa um cartão de abastecimento dentro do carro.

Com pouco mais de um ano de operação, a Moobie é outra empresa do setor que opera no Brasil. Tem modelo diferente: a locação acontece de pessoa para pessoa por meio do aplicativo, isto é, tanto o proprietário quanto o condutor se cadastram no app e trocam informações por ali. A Moobie faz uma curadoria para garantir a segurança dos usuários e o pagamento também é feito pelo aplicativo.

“Várias pesquisas mostram que os carros estão parados cerca de 90% do tempo. Então a gente não coloca mais carros nas ruas, e sim utiliza uma frota existente que está subutilizada. Tem também os ganhos para o proprietário, que pode gerar uma renda complementar”, observa a CEO e fundadora da Moobie, Tamy Lin.

Nesse formato, os valores variam bastante, pois são combinados entre o proprietário do veículo e o motorista, com orientação da Moobie. Os valores mais baratos giram em torno de R$ 38 a diária para modelos de carros mais simples, como o Gol City.

Conveniência é o principal atrativo

Levantamento feito em Vancouver, no Canadá — considerada uma das cidades com maior quantidade de veículos compartilhados per capita no mundo — mostrou que 95% dos usuários apontam a conveniência como principal motivo para utilizar esse modelo. Em seguida, vêm os aspectos financeiros, como guardar dinheiro (62%) e a preocupação com o meio ambiente (58%).

Ou seja: em vez de comprar um carro e ter de arcar com os custos de investimento e manutenção, é mais prático poder utilizar o carro como um serviço: quando necessário, é contratado. Esse foi o caso do gerente de produto Diogo Ribeiro Novaes, 36 anos. Em meados de 2008, ele morou na Califórnia, onde conheceu a modalidade de carsharing. “Achei a ideia fantástica, até porque na Califórnia o transporte público é difícil. Como eu só ia passar uma temporada, não fazia sentido comprar um carro”, lembra.

Depois, ao voltar ao Brasil, fez o cadastro na Zazcar, à época uma das únicas empresas a oferecer o serviço por aqui. Ficou alguns anos apenas cadastrado, até que resolveu experimentar a modalidade em setembro do ano passado.

“Eu achei bastante prático. A principal vantagem é estar com o carro para tarefas do dia a dia, como fazer compras ou resolver alguma coisa que você vai precisar passar em mais de um lugar”, conta.


 
 
 

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