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Elementos necessários para a existência de vida são encontrados em pequena lua de Saturno

  • Fonte: National Geographic
  • 3 de jul. de 2018
  • 3 min de leitura

Dados de uma espaçonave desativada sugerem que esse mundo pode ser o melhor lugar, fora a Terra, para a vida tal como a conhecemos.

 
 

Em Encélado, a pequena lua de Saturno, fontes perpétuas de água marinha alienígena lançam todo tipo de coisa curiosa no espaço: água, sal, sílica e até compostos simples contendo carbono voam em direção ao vazio – muitos dos quais são ingredientes para a vida como a conhecemos.

Agora, cientistas que trabalham com dados de uma espaçonave desativada descobriram algo potencialmente ainda mais intrigante: compostos orgânicos pesados ​​contendo centenas de átomos dispostos em anéis e cadeias. Estas são as moléculas orgânicas mais complexas descobertas até agora em Encélado e – desculpe aí, Europa (outra lua de Saturno) –podem fazer dessa lua o lugar mais promissor em nosso sistema solar para procurarmos por vida, além da Terra.

“O que sabemos hoje está nos dizendo que Encélado é um excelente alvo para se procurar vida, e pode haver micróbios vivendo naquele oceano hoje”, diz Jonathan Lunine, da Universidade de Cornell.

 

Esquema feito pela NASA da lua Encélado.

 

Descobertas pela sonda Cassini, que explorava Saturno no final de 2005, os jatos gelados que irromperam de Encélado foram uma surpresa para a maioria dos cientistas. Explodindo através de fissuras na região polar sul, os jatos contêm água marinha de um oceano global preso sob a camada gelada da lua. Ao longo dos anos, os cientistas puderam estudar esses jatos e calcular a salinidade e a acidez do oceano, identificando compostos orgânicos ejetados – como o metano – e determinando que as fontes hidrotermais no fundo do mar estão fornecendo calor e energia.

Mas essas moléculas complexas recém-detectadas aceleram a narrativa e levantam questões sobre sua origem: se são resultado de um trabalho químico sem vida ou um sinal apontando para a vida alienígena.

“Não temos a resposta para essa pergunta de cem milhões de dólares, mas certamente mostra que algo está acontecendo lá, que existe química orgânica complexa e que podemos investigá-la do espaço”, diz Frank Postberg, da Universidade de Heidelberg, principal autor do estudo descrevendo os resultados na revista Nature. “A lua fornece livremente seu estoque orgânico em altas concentrações para a espaçonave Cassini. Isso é apenas uma descoberta incrível”.

Embora a Cassini tenha concluído sua exploração do sistema de Saturno mergulhando propositalmente no planeta anelado, em setembro passado, o enorme acervo de dados da espaçonave está repleto de tesouros à espera por serem explorados.

Isso inclui informações que Cassini reuniu enquanto voava perto do anel E do planeta. Fina e diáfana, esta fita é formada por poeira e gelo ejetados por Encélado. Enquanto a Cassini contornava a borda do anel E, algumas de suas partículas colidiam com um instrumento a bordo projetado especificamente para estudar poeira cósmica e devolver informações sobre seus ingredientes.

Postberg e seus colegas decidiram examinar os dados coletados durante os voos em torno dos anéis E, realizados entre 2004 e 2008, quando o instrumento estava menos contaminado por poeira interplanetária de outras partes do sistema solar. Ao longo de mais de 15 intervalos individuais, a espaçonave coletou e estudou cerca de dez mil partículas de poeira. E, em cerca de 1% delas, Postberg e seus colegas identificaram as assinaturas de compostos orgânicos complexos.

“Foi como achar uma agulha no palheiro”, ele diz.

Agarrando-se a grãos de gelo de água ejetados por Encélado, essas moléculas pesadas contendo carbono foram lançadas no espaço, esperando que a Cassini aparecesse e as coletasse no momento do impacto. Além disso, os compostos maiores provavelmente são fragmentos de moléculas-mãe ainda maiores que podem pesar milhares de unidades de massa atômica, diz Postberg.

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