Evento da Amcham aborda desafios das novas tecnologias
- ufteam
- 30 de nov. de 2017
- 8 min de leitura

Imagem: G1
O Summit Inovação, promovido pela Amcham Ribeirão Preto (Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos), na última quarta-feira (22/11), trouxe à discussão, para reflexão de mais de 100 CEOs, diretores e gerentes de várias empresas de Ribeirão Preto e região, a importância da adaptação às novas tecnologias para o sucesso. O evento, que ocorreu no Hotel Wyndham Garden Ribeirão Preto Convention, das 9 às 18 horas, contou com três painéis e duas palestras distribuídos entre 11 speakers relacionados ao tema: David Dias, líder de Canais e Ecossistemas da IBM Watson Group; Bruno Poljokan, CFO do Guia Bolso; Daniel Abbud, fundador da BeBlue; e Zé Ricardo, compositor, instrumentista e diretor Artístico do Palco Sunset no Rock in Rio foram alguns dos convidados.
Dando as boas vindas aos presentes, Bianca Guazzelli, coordenadora Regional da Amcham Ribeirão Preto, trouxe perguntas retóricas: “A sua empresa está pronta para as novas tecnologias? Quais serão os novos modelos de negócio e emprego? As pessoas serão, de fato, substituídas pelas máquinas?”. Ela introduziu ideias que seriam abordadas ao longo do dia, falou de novas tecnologias que ainda serão inventadas nos próximos 30 anos, do poder de aproveitamento de dados e sobre a necessidade de desmistificação e aprendizado, por parte das organizações, de novas tecnologias.
“Crianças não veem TV, se conectam ao Youtube”. Esta frase é do autor do best-seller “O Papai é Pop”, pai de duas meninas, dedicado observador da evolução tecnológica, o jornalista e radialista Marcos Piangers. Primeiro speaker a se apresentar para um público atento às inovações, ele disse que as empresas “levaram um soco na cara” da tecnologia, porque, por muito tempo, a subestimaram. Como exemplo, citou a indústria fonográfica, que em 1999 rendeu U$ 14 milhões nos EUA e, em 2014, já via seu rendimento baixar 50%, depois dos diversos aplicativos de música criados e compartilhados a baixíssimos custos para os usuários, como o Napster.
“Os inovadores, que concorrem, hoje, com os controladores – representados pelas consolidadas organizações –, focaram em algo que muito interessa às pessoas, mas as grandes corporações não perceberam: conveniência e preço”, afirmou. São essas duas características que fazem dos serviços de streaming, como o oferecido pela Netflix, por exemplo, um forte concorrente que vem diminuindo clientes da TV a cabo.
A propaganda, segundo Piangers, é outro fator que precisa, urgentemente, ser repensado pelas empresas. Ele observou que as pessoas já não assistem comerciais, não aceitam ser interrompidos pelos anúncios. E, como solução, o jornalista defendeu que, para sobreviver, toda organização precisa ser uma empresa de tecnologia, necessita melhorar seus produtos e criar conteúdos midiáticos que as pessoas se interessem e não que vejam por obrigação.
As pessoas não se relacionam bem com seus bancos
CFO do Guia Bolso, Bruno Poljokan, iniciou o painel sobre o futuro das transações financeiras dizendo que as pessoas preferem ir ao dentista a ir a suas agencias bancárias e que as fintechs – termo utilizado para denominar as empresas de inovação que usam de novas tecnologias para, no mercado, entregarem serviços financeiros – agem no sentido de melhorar estes relacionamentos. Segundo ele, este modelo de startup ganhou força depois da crise que atingiu o mercado financeiro em 2008. “Os bancos eram, historicamente, as instituições que desenvolviam tecnologia para operacionalizar seu negócio. Com a crise, eles passaram a se preocupar mais com novas regulamentações e com maior redução de custos. Isso propiciou o surgimento de um novo modelo de negócio no setor, capitaneado pelas startups financeiras”, explicou.
Desde que startups como o Guia Bolso e o Nubank ganharam notoriedade, os grandes bancos começaram a se mexer, novamente, na trincheira das novas tecnologias, mas ainda têm um bom caminho a percorrer. Poljokan prevê que, em 10 anos, as 10 principais instituições bancárias não serão mais as maiores. “O consumidor mudou por completo. O banqueiro do futuro também mudará”, concluiu.
Inovar e expandir é preciso
Inovação, adaptação, empreendedorismo, necessidade de trabalho conjunto foram algumas das pautas abordadas nos painéis da parte da tarde. David Dias é um dos grandes representantes e idealizadores de Inteligência Artificial no Brasil. Com cerca de 17 anos de carreira na IBM Watson Group, atua, hoje, como líder de Canais e Ecossistemas da empresa, fomentando diversas inovações na área cognitiva. Ele participou do painel “Como preparar sua empresa para as novas tendências tecnológicas?”. Dias abordou a Watson, o supercomputador com inteligência artificial que pretende transformar o mundo, e suas aplicações no mercado brasileiro, já que as possibilidades de uma tecnologia como esta são infinitas. “Processos básicos fundamentais da indústria podem ser melhorados. Ela está disponível como software, como serviço e como um grande programa de integração para grandes corporações”, afirmou.
Inovar e expandir é preciso
Inovação, adaptação, empreendedorismo, necessidade de trabalho conjunto foram algumas das pautas abordadas nos painéis da parte da tarde. David Dias é um dos grandes representantes e idealizadores de Inteligência Artificial no Brasil. Com cerca de 17 anos de carreira na IBM Watson Group, atua, hoje, como líder de Canais e Ecossistemas da empresa, fomentando diversas inovações na área cognitiva. Ele participou do painel “Como preparar sua empresa para as novas tendências tecnológicas?”. Dias abordou a Watson, o supercomputador com inteligência artificial que pretende transformar o mundo, e suas aplicações no mercado brasileiro, já que as possibilidades de uma tecnologia como esta são infinitas. “Processos básicos fundamentais da indústria podem ser melhorados. Ela está disponível como software, como serviço e como um grande programa de integração para grandes corporações”, afirmou.
O executivo falou, também, um pouco sobre a história da IBM. “Poucas empresas no mundo sobrevivem por mais de um século. A que eu trabalho completou 110 anos. Uma das filosofias do nosso fundador, Thomas Watson, resume-se a uma palavra: think. As coisas que mais valorizamos são o pensar e a liberdade de pensar. Tanto que, nos últimos 20 anos, a companhia é líder no registro de patentes nos EUA”, revelou. Dias disse que o que falta no mercado não é capacidade técnica. “Pouca gente sabe ‘brincar com o lego’. Não é uma questão técnica. Precisamos de pessoas altamente criativas, que não acreditam no impossível. Inovar é fazer diferente, é ser disruptivo, é ter coragem. Por fim, inovar é preciso”, salientou.
Luís Marciano, CIO do SBT, contou que até pouco tempo atrás para se ter um veículo de comunicação, principalmente uma emissora de televisão, era preciso um investimento altíssimo. Hoje, com o YouTube, qualquer um pode produzir conteúdo e colocá-lo no ar. O SBT mesmo criou um estúdio para gravar conteúdos para a internet. A emissora também disponibiliza material gratuito na rede. “Podemos dizer que o setor da mídia está ‘no olho do furacão’, mas vemos isso como uma oportunidade. As pessoas estão usando mais a internet e querem programas de qualidade. Somos a número 1 em quantidade de seguidores no YouTube, com cerca de 635 milhões de assinantes. A remuneração, contudo, ainda vem em forma de publicidade, apesar de ser algo considerado ‘chato’ e, talvez, ultrapassado”, considerou Marciano.
A RTE Rodonaves, empresa familiar com 37 anos de mercado, também esteve presente no evento, representada por Oswaldo Maia, diretor de Gente e Gestão da transportadora. Sobre os desafios da inovação, ele contou que a empresa encara como um processo, que levará os próximos três anos para ser concluído, pois tem que ser bem planejado. “Definimos oportunidades, contratamos uma consultoria de gestão de mudanças e iniciamos o trabalho. Orientamos os gestores para que eles explicassem tudo sobre revolução digital para as equipes. Assim, o pessoal não se assustou achando que tudo será substituído por máquinas e robôs”, salientou.
Maurício Bueno, cofundador e diretor Geral da Weme, um espaço de inovação colaborativa, falou sobre ecossistemas de inovação e empreendedorismo. Para ele, o mundo está deixando uma era de estabilidade e poder centralizado para outra, de instabilidade e empoderamento. “Podemos falar de petróleo versus conhecimento. A primeira respeita processos, controle, normas e rigidez, enquanto a segunda é sobre pessoas, interação, colaboração e flexibilidade”, disse. Ele lembrou que três das empresas mais valiosas do mundo, atualmente, não existiam até 1994 – Amazon, Google e Facebook –, e que o conceito de startup tem a ver com propósito relevante, foco no usuário, colaboração, fail/learn fast, empreendedorismo e inovação. Há 4,2 mil destas no Brasil, 31% das quais no Estado de São Paulo
“Precisamos de formas contemporâneas de pensar inovação e empreendedorismo. Não dá para fazer a diferença sozinho. Podemos ter chances maiores de sucesso se estivermos inseridos em ecossistemas que os fomentem. E eles são compostos por entidades, como a Amcham, universidades, Poder Público, prestadores de serviço, grandes empresas, aceleradoras,incubadoras e investidores. As organizações e as pessoas precisam construir novas formas de pensar e trabalhar juntos pelo mundo”, ressaltou Bueno.
Quebrar paradigmas e alçar voos
“Começamos o projeto da BeBlue em maio de 2016. No início, éramos quatro pessoas, hoje somos 400. Atualmente, estamos em 17 cidades e com plano de expansão para 2018 objetivando chegar a 160 praças”, salientou Daniel Abbud, fundador da startup. Disse acreditar que empresas como a dele nascem com um conceito de flexibilidade, mas que para crescer e escalonar precisam estruturar processos e padrões, pois cada estágio tem um desafio diferente. “Estamos nos organizando, agora, para pensar em uma expansão nacional. Como ecossistema, Ribeirão Preto ainda está em desenvolvimento, mas tem boas iniciativas”, frisou. Entre os conceitos que o novo modelo de negócios trouxe, Abbud destacou uma “mindset” visionária (atitude mental), pouco gasto e rapidez na funcionalidade.
Com apenas quatro meses de existência, a Liber Capital já opera R$ 10 milhões ao mês. Sua estrutura de negócios fica em Ribeirão Preto e a parte tecnológica, em São Carlos, devido ao perfil daquele município. Seu cofundador e CTO, Victor Stabile, afirmou no evento da Amcham que o mercado no qual a empresa atua, antecipação de recebíveis, ainda tem muito a crescer. “Somos novos no setor, mas eu empreendo há sete anos. Posso dizer que Ribeirão Preto evoluiu demais como ambiente para empreendedores, principalmente no que diz respeito à contratação de talentos. É importante não seguir regras do jogo só porque elas existem, mas, sim, analisar antes se fazem sentido. É preciso acreditar que dá para fazer as coisas de uma forma melhor e encontrar parceiros para o negócio acontecer”, explicou Stabile.
Rock in Rio
A última palestra trouxe Zé Ricardo, compositor, instrumentista e diretor artístico do Palco Sunset no Rock in Rio, uma das principais atrações do festival e que, edição após edição, surpreende o público com encontros inusitados e momentos musicais tidos como inesquecíveis. O espaço é conhecido por shows-parcerias de artistas que, em tese, nada têm a ver uns com os outros. Por lá já passaram, por exemplo, Ney Matogrosso com Nação Zumbi e o grupo baiano Olodum com a cantora neo-zelandesa Kimbra. A banda Detonautas se uniu a Zeca Baleiro e Zélia Duncan para uma homenagem ao cantor Raul Seixas.
O conceito que o executivo criou para o local se posiciona, para o mercado consumidor, como uma plataforma de apresentação de diversidade. Ou seja, o Sunset existe para quebrar paradigmas – ter artistas diversos e de diferentes tamanhos, lançar novos nomes e atualizar o público com aqueles que foram muito importantes para a música no passado e que os mais jovens não conhecem, porque, segundo ele, com a velocidade da informação nos dias de hoje as pessoas acabam tendo memória curta para muitos aspectos da vida.
“Não trazemos apenas o que está na moda, mas propomos o novo para provocar o público. O palco é uma porta aberta para, socialmente, mostrarmos a importância de várias coisas, e não só na música. Um artista do Nordeste ser ovacionado por uma plateia com pessoas de roupa preta e fãs de heavy metal... Isso é quebrar paradigma também. Sepultura com Zé Ramalho virou ‘ZéPultura’”, afirmou.
Zé Ricardo ressaltou que o que ele faz é “um risco calculado”. “No nosso trabalho se você não quer correr riscos acaba sendo medíocre. Então, não tenho medo de errar, porque também faz parte do processo. O diferencial do trabalho é quando ele é feito com amor, dedicação, paciência e sem arrogância. Também é importante ter uma equipe motivada, porque ninguém faz sucesso sozinho. Todos fazem o show”, completou.
O Summit Inovação foi uma realização da Amcham Ribeirão Preto. O evento teve patrocínio máster do Senac Ribeirão Preto e apoio de Ad-Tech Comunicação Visual, Gráfica Quatro Cores, Arena Comunicação, Nestlé, Ampere Inteligência em Eventos, Stecar, RibSilk e Wyndhan Garden Ribeirão Preto Convention. Revista Zumm, EPTV Ribeirão e o portal G1 Ribeirão Preto e Franca foram as mídias parceiras. A Assessoria de Imprensa ficou a cargo da agência de Comunicação Integrada e Marketing Digital Milagre do Verbo.
Fonte: G1
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