MPF investigará fraudes de cotas raciais em Medicina da UFMG
- ufteam
- 26 de set. de 2017
- 2 min de leitura
Portaria interministerial vai criar comissões de verificação; um dos estudantes disse que vai abandonar o curso.
O apego a Belo Horizonte foi uma das razões apresentadas pelo calouro de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, Vinícius Loures, de 23 anos. Loiro de olhos azuis, o modelo se autodeclarou negro para ter acesso ao ensino superior pelo sistema de cotas. Ele e outros estudantes foram denunciados por entidades ligadas a questões raciais e veículos de imprensa.

Vinícius Loures, de 23 anos
Foto: Divulgação
Vinícius já disse que vai abandonar o curso e espera que, agora, sua vaga seja ocupada por quem de fato merece utilizar o sistema de cotas raciais da federal mineira. Arrependido, ele disse que os pais não sabiam da fraude e que não teve coragem de deixar o curso antes.
"Já estava um clima pesado na faculdade, estava me sugando, acordava desmotivado porque tinha algo de errado, e isso não era legal. Já estava planejando fazer o Enem de novo. Estou com 23 anos, eu não sei o que eu quero da vida mesmo. Mas vou sair e torcer para que a minha vaga vá para uma pessoa negra", afirmou em entrevista publicada pelo jornal O Tempo .
A repercussão da denúncia de fraude obrigou o MPF a abrir mais um inquérito para apurar o ingresso por meio de cotas na UFMG. Desde o início do ano letivo, entidades ligadas aos direitos dos negros.
A pesquisadora do programa de ações afirmativas da UFMG e professora da rede municipal de Belo Horizonte, Aline Alves, defende que a entrada de cotistas deve ser aprimorada e outras experiências e pesquisas precisam ser compartilhadas.
Portaria Interministerial pretende barrar fraudadores
Uma tentativa de reduzir as fraudes, segundo a reitoria da universidade é a edição de uma portaria dos Ministérios da Educação e Direitos Humanos que deve criar comissões de verificação de acesso às instituições federais.
O secretário especial de Políticas de Promoção de Igualdade Racial da Presidência da República, Juvenal Araújo, acredita que a comissão vai contribuir na fiscalização.
Diretório Acadêmico critica recorrência de casos e reação da reitoria: "incipiente"
Em nota em tom duro, o diretório acadêmico da universidade destaca que as fraudes vem ocorrendo no sistema e rechaça a possibilidade de mudanças nas políticas afirmativas. "Em hipótese alguma deve ser confundido com a abolição das Políticas Afirmativas, que são de fundamental e incontestável importância para a construção de uma sociedade equânime".
Fonte: terra.com.br
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